Você já se perguntou como os times de alto desempenho nascem? Embora a resposta para essa pergunta dependa de muitos fatores, hoje queremos chamar a sua atenção para um elemento chave nessa equação: a segurança psicológica.
Ainda que muitas empresas já entendam a importância de criar ambientes de trabalho emocionalmente seguros, boa parte delas não tem a real dimensão do impacto que isso é capaz de gerar no desempenho das equipes.
Se esse é o seu caso, então o conteúdo de hoje é para você. Além de explicar os aspectos psicológicos de segurança no trabalho, vamos te mostrar como colocar esse conceito em prática dentro das organizações. Vem com a gente!
O que é segurança psicológica?
A segurança psicológica, também conhecida como segurança emocional, é um termo que foi cunhado, em 1999, por Amy Edmondson, professora de liderança e gestão na Harvard Business School.
Na época, ela definiu essas duas palavrinhas como a crença de que os membros de um time não serão punidos ou humilhados por exporem ideias, dúvidas, preocupações ou erros no ambiente de trabalho.
Em outras palavras, a segurança psicológica está totalmente atrelada a um sentimento de confiança que, ao ser construído, faz com que os colaboradores não tenham medo de compartilharem suas opiniões junto à equipe ou de assumirem riscos.
Afinal, eles sabem que mesmo se errarem ao longo do percurso (o que é algo natural, diga-se de passagem), não serão julgados ou sofrerão retaliações por isso.
Por que a segurança psicológica é importante?
Um dos grandes trunfos por trás da segurança psicológica é que ela ajuda a fomentar a inovação: quando os colaboradores entendem que suas contribuições são levadas em consideração e que há espaço para errar, eles são naturalmente incentivados a pensarem “fora da caixa” e a darem o seu melhor.
Não por acaso, um estudo conduzido pelo Google chegou à conclusão de que a segurança psicológica é o fator que mais contribui com o alto desempenho das equipes.
Conhecida como “Projeto Aristóteles”, a pesquisa acompanhou a performance de 180 times da organização ao longo de 10 anos e levou quatro critérios em conta para mensurar a eficácia deles:
- Avaliação executiva da equipe;
- Avaliação do líder da equipe;
- Avaliação dos membros da equipe;
- Desempenho de vendas em relação à cota trimestral.
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Embora o resultado do Projeto Aristóteles não deixe dúvidas sobre o poder da segurança psicológica no ambiente de trabalho, há muitos outros fatores que reforçam a importância de incentivá-la.
Em linhas gerais, ela também contribui com a construção de uma cultura do feedback forte, além de aumentar o engajamento e o bem-estar no trabalho e de ser um elemento-chave para apoiar os esforços de diversidade e inclusão.
Afinal, o que a segurança psicológica faz, em primeiro lugar, é garantir que todos os colaboradores se sintam à vontade para contribuírem com ideias e pontos de vista diferentes.
Como medir a segurança psicológica?
Antes de colocar em prática ações que incentivem a segurança psicológica, é importante saber qual é a situação atual da sua empresa. E a melhor forma de fazer isso é realizando uma pesquisa de satisfação do colaborador.
Como o próprio nome sugere, o grande objetivo desta ferramenta é mapear o grau de engajamento das equipes e detectar problemas que podem estar impactando na produtividade e motivação delas.
Ao ouvir o que os colaboradores têm a dizer, fica muito mais fácil para o RH e para os gestores entenderem quais mudanças precisam ser realizadas para aumentar a satisfação dos funcionários no trabalho – e, neste caso em específico, melhorar a segurança psicológica.
Para que isso seja possível, é fundamental incluir perguntas que cubram esse aspecto na pesquisa. Veja cinco exemplos:
- Você se sente confortável para compartilhar suas opiniões junto ao líder e colegas de equipe?
- Você sente que seus superiores valorizam as suas sugestões?
- Seu trabalho desperta boas sensações em você?
- Você sente que pode cometer erros, sem que seja punido por isso?
- Você se sente confortável para assumir riscos dentro da equipe?
Como criar segurança psicológica no ambiente de trabalho?
Agora que você já sabe a importância da segurança psicológica, chegou a hora de conhecer algumas ações que podem ser adotadas para colocar esse conceito em prática.
Mas, antes, vale um lembrete: esse é um trabalho que deve ser realizado por muitas mãos. Ele envolve, principalmente, a união de forças entre o RH e as lideranças da empresa.
Dito isso, vamos em frente:
1. Inclua a equipe na tomada de decisões
Quando o líder consulta a equipe antes de tomar uma decisão importante, ele reforça que todas as opiniões e ideias são valorizadas, o que contribui para construir a segurança psicológica. E isso, como mostramos no início do artigo, é uma parte indissociável da segurança emocional.
E ah! Quando a decisão for tomada, também é importante explicar o raciocínio lógico por trás dela. Assim, todos terão clareza sobre o impacto das suas contribuições.
2. Adote boas práticas de feedback
O feedback é a melhor forma de alinhar expectativas entre líderes e liderados e, também, de fortalecer essa relação. É por isso, aliás, que agora ele acontece com muito mais frequência dentro das organizações.
Se antes os feedbacks eram anuais, hoje a orientação é de que eles sejam realizados com um intervalo de três meses e intercalados com reuniões de acompanhamento semanais ou quinzenais, conhecidas como One on One.
Mas, para o sucesso dessa prática, é importante que as lideranças estejam devidamente orientadas. Afinal, o grande objetivo do feedback é contribuir com o desenvolvimento e a motivação das equipes.
3. Desenvolva uma liderança humanizada
Um líder humanizado é aquele que reconhece a importância das pessoas dentro da organização e que, além disso, é capaz de enxergá-las para além da força produtiva que representam.
A empatia e a solidariedade são duas das habilidades que norteiam esse gestor. E elas, por sua vez, ajudam a diminuir a lacuna hierárquica e a construir ambientes psicologicamente seguros para todos.
4. Aceite cometer erros
Por mais incrível que uma equipe seja, ele continua sendo composta por seres humanos. Sendo assim, é bem provável que erros sejam cometidos em algum momento.
Quando isso acontecer, é importante que os esforços sejam direcionados para buscar soluções e não para encontrar culpados. Essa demonstração de tolerância ao erro é o que fará com que as equipes continuem dispostas a correrem riscos – algo importantíssimo do ponto de vista da inovação!
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5. Reconheça os esforços
Será que os colaboradores da sua empresa sabem a real importância que eles têm para o sucesso do negócio? Se a sua resposta for não, é preciso empregar ações que revertam essa percepção.
Uma das melhores formas de fazer isso é reconhecer os esforços do time, demonstrando apreço pelo o que eles vêm fazendo. Além de aumentar o sentimento de confiança, essa prática também é determinante para a manutenção da motivação.
6. Apoie a diversidade e a inclusão
Quando a segurança psicológica é colocada em prática, todos se sentem mais à vontade para exercerem suas posições e trabalharem em equipe. E a promoção da diversidade e da inclusão tem tudo a ver com esse aspecto.
O objetivo das estratégias de D&I é justamente fazer com que todos se sintam aceitos e à vontade para compartilharem suas opiniões e pensamentos, removendo assim as barreiras da descriminação e da intolerância.
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Pronto, agora você já sabe por onde começar a construir um local de trabalho que prioriza a segurança psicológica dos colaboradores. Se esse conteúdo te ajudou, assine nossa newsletter e fique por dentro dos próximos artigos da Feedz!