Apesar de finanças ser considerado um tema desafiador para muitos, não dá para fugir dele quando se vai empreender, não é mesmo?
E para mostrar que esse assunto não precisa ser um bicho de sete cabeças, hoje vamos ensinar como colocar um planejamento financeiro para startups em ação.
E por que startups, afinal?
Bom, além de brilhar os olhos de quem quer empreender, esse modelo de negócio cresce a cada ano.
Para se ter uma ideia, mais de 176 mil startups foram abertas no Brasil na última década, segundo dados do DataHub.
Indo na contramão de muitos segmentos, a pandemia, inclusive, até mesmo acelerou a abertura de empresas de base tecnológica no país.
O fato é que, sem olhar para o caixa, muito dificilmente essas milhares de empresas conseguirão crescer de maneira sustentável. É aí que um bom planejamento financeiro entra em jogo!
Ao longo deste artigo, falaremos mais sobre essa estratégia indispensável e daremos dicas de como realizar uma gestão de recursos inteligente, focado em startups. Vamos nessa?
O que é planejamento financeiro?
Bom, o primeiro passo para realizar um planejamento financeiro para startups é entender o que há por trás deste conceito.
Então, vamos dar uma olhada na definição da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro:
Segundo a entidade, o Planejamento Financeiro abrange o gerenciamento adequado de recursos, por meio do qual é possível ter uma visão holística e abrangente sobre as finanças.
Isso inclui a percepção de onde você está agora, onde quer estar no futuro e o que deve fazer para alcançar seus objetivos.
Daí já dá para começar a compreender por que o planejamento financeiro para startups é tão importante, né?
Em resumo, é ele quem vai te ajudar a entender as implicações de cada decisão financeira tomada.
Quando trazemos o conceito de planejamento financeiro para o mundo dos negócios, estamos falando basicamente sobre:
- conhecer e controlar a fundo as receitas e despesas da companhia;
- ter mais previsibilidade sobre os investimentos e antecipar situações preocupantes;
- evitar dores de cabeça no pagamento de colaboradores e outras transações;
- criar metas e estratégias realistas, que realmente permitam um crescimento sustentável de longo prazo.
Ou seja: ter um planejamento financeiro consistente é sinônimo de garantir a saúde e continuidade do negócio!
Nas startups que estão em fase inicial, o planejamento financeiro traz um ganho extra: ele ajuda a evitar confusões entre as finanças pessoais e empresariais – algo muito comum nas empresas em que o próprio fundador lida com os recursos, sem que haja uma área específica para isso.
Considerando que a má gestão financeira e a falta de planejamento são as grandes vilãs da alta taxa de falência de pequenas empresas, é preciso olhar com atenção para essa área o quanto antes.
Sem falar que, quando um bom planejamento financeiro para startups é colocado em prática, ele se torna a chave para atrair bons investidores para o seu negócio.
Como colocar um planejamento financeiro em prática?
Agora que você já viu para o que serve um planejamento financeiro de startups e quais os benefícios que ele pode trazer ao seu negócio, chegou o momento decisivo: arregaçar as mangas e começar!
Na sequência, confira quatro boas práticas que vão fazer toda a diferença nesse processo:
1. Olhe para fatores internos e externos do negócio
Ao iniciar um planejamento financeiro, há dois cuidados que você deve ter: o de conhecer minuciosamente a situação atual da sua empresa e a saúde financeira dela, e o de olhar para o comportamento do mercado do qual você faz parte.
É nesse momento que você vai levantar (e registrar, é claro) todos os custos do seu negócio. Eles vão estar divididos em:
- Custos fixos: precisam ser pagos todos os meses e não variam de acordo com a venda de produtos ou serviços;
- Variáveis: são aqueles que, como o próprio nome sugere, mudam de acordo com a produção, venda e fluxo da empresa.
A partir dessa análise interna e externa, será muito mais fácil conhecer os pontos fortes e fracos da sua startup frente ao mercado e, assim, elaborar um plano que realmente esteja alinhado a eles.
Consumir conteúdos confiáveis sobre as tendências e transformações mercadológicas é uma prática que pode auxiliar bastante nessa etapa.
2. Defina objetivos e orçamentos
Após olhar para a situação atual da sua empresa e ter esse histórico em mãos, é preciso definir onde você espera chegar.
Somente com esse objetivo estabelecido é que será possível desenhar metas de curto, médio e longo prazos, que o ajudem a alcançá-lo.
Aqui, o segredo é ser realista e estabelecer metas que sejam mensuráveis e claras para todos os envolvidos.
A metodologia OKR pode ser uma grande aliada. Foi com ela que a Feedz cresceu e se tornou uma das empresas SaaS que mais cresceu em 2020.
Por exemplo: se o seu objetivo for aumentar o faturamento da companhia, as metas deverão girar em torno disso.
Elas podem incluir desde aumentar a captação de clientes até melhorar o investimento em ações de Marketing.
Um ponto que faz a diferença nesta etapa é escolher indicadores-chave de desempenho, também conhecidos como KPIs, a fim de acompanhar se os objetivos estão sendo realmente cumpridos e identificar possíveis gargalos.
Alguns KPIs que não podem deixar de ser acompanhados, são: a margem de lucro dos produtos e/ou serviços, a taxa de conversão de leads em clientes e a eficiência do atendimento da empresa.
Por fim, você e a sua equipe também vão precisar definir qual será o orçamento necessário para o cumprimento dessas metas e de que forma eles devem ser direcionados.
3. Estipule diferentes cenários
Vivemos em um mundo que muda muito rápido e, por isso, é fundamental estar atento a essas mudanças – sejam elas econômicas, governamentais ou até mesmo no comportamento de consumo.
Neste sentido, estipular os mais diversos cenários e elaborar estratégias para cada uma dessas situações, pode ser uma excelente forma de estar financeiramente preparado e garantir a sobrevivência do seu negócio em situações que fujam ao planejamento inicial.
Ao fazer essa análise, leve em consideração quais investimentos serão necessários, como os custos com ações de Marketing, atualizações em produtos, entre outros.
4. Faça um acompanhamento contínuo
Com todas as informações devidamente registradas, o segredo é acompanhá-las mês a mês.
Ter esse histórico em mãos facilitará o acompanhamento de resultados e a identificação de pontos de melhoria.
Esse é o melhor caminho para que você não seja pego desprevenido e para que nenhuma decisão seja tomada sem os devidos cuidados.
Sem sombra de dúvidas, o planejamento financeiro para startup é uma prática indispensável para garantir a sustentabilidade desse modelo de negócio.
Como mostramos até aqui, ele permite que você acompanhe e controle todas as movimentações importantes e que utilize os recursos financeiros de forma mais segura e eficiente.
Mas, lembre-se: o planejamento financeiro é apenas uma das etapas que compõem a trajetória de um empreendedor. Existe uma série de outras práticas que farão toda a diferença nessa jornada.
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