Temas ligados à saúde mental ganharam ainda mais ênfase com a pandemia da Covid-19. Isso porque a crise sanitária e o isolamento social geraram uma série de mudanças e incertezas.
Um desses impactos está relacionado à exaustão mental, que diminui a disposição das pessoas para realizar atividades criativas e intelectuais e ainda pode causar ansiedade, depressão e irritabilidade.
A exaustão mental, portanto, está recebendo uma atenção por parte das empresas, justamente para que as rotinas de trabalho não representem mais uma dificuldade na vida dos colaboradores.
Além disso, a relação entre colaboradores e gestores pode ser uma porta de entrada para debater vulnerabilidades pessoais e esse olhar atento por parte das organizações pode evitar a queda da produtividade e da qualidade das entregas.
Conforme mostra uma pesquisa do Runrun.it sobre estresse e Síndrome de Burnout no trabalho, que ouviu mais de 1.500 pessoas, 54% afirmam que não estão conseguindo entregar tarefas com qualidade e 38% sentem que a eficiência diminuiu neste período.
Se a sua empresa quer desenvolver ações de cuidado com a saúde mental dos colaboradores, acompanhe este post que preparamos sobre o assunto!
O que é exaustão mental?
Quando uma pessoa diz que está exausta ou cansada, é normal atribuímos esse desgaste à questão física. No entanto, o corpo pode estar relaxado, enquanto a mente demonstra sinais de exaustão.
E esse cansaço não é somente um dia de trabalho com pouco rendimento, mas uma condição que passa a acontecer com frequência.
O mais alarmante é que a exaustão mental está a um passo de se tornar Síndrome de Burnout, categorizada como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – o distúrbio será incluído na classificação Internacional de Doenças (CID-11) a partir de janeiro de 2022.
Esse tipo de cansaço ainda envolve outros sinais de desgaste mental. Uma pesquisa no Journal of Psychiatric Research, lançada em janeiro deste ano, mostra justamente o avanço desses sintomas na população brasileira.
Segundo o estudo, das 1196 pessoas entrevistadas, 81,9% apresentaram sinais de ansiedade, depressão (68%), raiva (64,5%), sintomas somáticos (62,6%) e problemas para dormir (55,3%).
Por mais que existam dificuldades macro neste momento que estão relacionadas à pandemia, há descuidos com o bem-estar que podem levar à exaustão mental, tais como:
- flutuações no horário de dormir;
- má alimentação;
- falta de exercícios físicos;
- muitas horas seguidas em frente ao computador;
- diminuição de momentos de lazer.
Como identificar colaboradores mentalmente exaustos?
No trabalho a distância identificar colaboradores com sinais de exaustão mental pode ser um pouco mais difícil do que presencialmente. Afinal, muitas pessoas tentam esconder esses sinais por acharem que o cansaço também significa que elas não conseguem dar conta do trabalho.
Por isso, o primeiro passo é incentivar que os gestores adotem a vulnerabilidade na liderança para conversar com a equipe sobre suas dificuldades do dia a dia que não estão diretamente ligadas ao trabalho, mas o afetam.
A vulnerabilidade na liderança é uma prática de gestão que reconhece os sentimentos da equipe e busca compreender e lidar com questões pessoais que podem abalar a estrutura dos colaboradores.
São nesses momentos de escuta sem julgamentos que os colaboradores podem descrever situações que apresentam sinais de exaustão mental, mesmo que eles não enxerguem desta forma.
Para esse tipo de conversa ser mais efetiva, é preciso que as empresas forneçam treinamentos e orientações aos líderes para que eles saibam interpretar e lidar com tais situações da melhor forma possível.
Outra maneira de identificar a exaustão mental na equipe é aplicar pesquisas de clima organizacional para entender como os colaboradores avaliam a sua situação emocional e física dentro e fora da empresa.
A partir dessas informações, fica mais fácil para as empresas encontrarem formas de melhorar as rotinas de trabalho das equipes.
Impactos do trabalho remoto na saúde mental
Como vimos, o cansaço da mente e do corpo não andam juntos. E esse é um grande debate em torno do trabalho remoto.
Então, principalmente, se a sua empresa pretende seguir em home office ou no modelo híbrido no pós-pandemia, é ainda mais essencial que encontre formas para os colaboradores também aproveitarem as vantagens de trabalhar a distância.
É claro que neste momento atípico há dificuldades que são originadas pela pandemia, mas o trabalho remoto tem desafios que precisam ser avaliados e superados pelas organizações. Um desses impactos está relacionado à gestão de tempo.
Muitas pessoas têm apresentado dificuldades em encerrar o expediente e acabam levando o trabalho para as horas de descanso. É o que indica a pesquisa do Runrun.it, citada acima, em que 43% dos entrevistados admitem que têm dificuldades de se desconectar do trabalho ao fim do expediente.
Já outra pesquisa do Runrun.it, que ouviu 252 colaboradores de diferentes empresas, mostra que 62% das pessoas estão trabalhando mais horas durante o home office. E isso tem um custo claro: sobrecarga de trabalho.
O estudo de estresse e Burnout, mencionado anteriormente, revela que 37% dos gestores estão se sentido sobrecarregados, em relação aos funcionários esse número sobe para 45%.
Enquanto isso, a mesma pesquisa indica que 61% dos entrevistados se sentem emocional e fisicamente esgotado quando encerra o expediente
No entanto, essa sobrecarga de trabalho não necessariamente é causada por uma dificuldade em se desconectar, mas sim um efeito da microgestão. No trabalho remoto, os líderes podem não conseguir acompanhar o andamento do trabalho e ficar com aquela sensação de que a equipe não está se dedicando da forma como deveria.
É ainda pior quando o gestor não tem medidas de avaliação de desempenho claras sobre a produtividade dos colaboradores e com isso comportamentos arbitrários e vigilância excessiva podem surgir. Isso atrapalha (e muito!) o desempenho das equipes.
A microgestão é um problema que perpassa os efeitos da pandemia e depende mais de como as empresas estão investindo em dinâmicas de trabalho pensadas para superar a distância entre as pessoas.
Como evitar a exaustão mental no home office?
Para evitar a exaustão mental no home office há cuidados que devem ser realizados pelos próprios colaboradores no dia a dia e medidas internas que podem ser tomadas pelas empresas para melhorar a rotina das equipes.
Em relação aos colaboradores, esses cuidados dizem respeito à alimentação saudável, sono regular, pausas de ao menos 3 minutos a cada hora e menos exposição à luz azul da tela do computador, por exemplo.
Os maus hábitos com saúde estão relacionados ao desgaste físico e emocional, uma vez que comprometem a resistência do corpo e da mente, o que aumenta o desânimo e o estresse.
Em relação às empresas, é importante estar atento aos desafios dos colaboradores, como mencionamos acima, principalmente as dificuldades que estão diretamente ligadas ao trabalho, como questões de ergonomia, ferramentas obsoletas que atrapalham a realização das tarefas e uma distribuição de atividades que pode acabar sobrecarregando as pessoas.
Esse somatório de fatores pode ter um impacto nos níveis de estresse das pessoas. De acordo com a pesquisa do Runrun.it sobre o assunto, 55% dos ouvidos avaliam que estão apresentando um grau moderado de estresse, enquanto 29% acreditam que tem desenvolvido um alto nível.
Se a sua empresa identificar que o estresse nas equipes é devido a sobrecarga de trabalho, você pode contar com a ajuda de um software de gestão de trabalho como o Runrun.it, em que os líderes conseguem delegar tarefas a partir de informações precisas sobre o esforço necessário e podem avaliar o desempenho da equipe por meio de relatórios.
Texto produzido em parceria com o Runrun.it.