Provavelmente, você ainda não ouviu falar sobre crossboarding porque é um termo relativamente novo no universo do RH brasileiro.
Porém, esse tema já é bastante abordado em países do exterior e, provavelmente, você vai ouvir no futuro próximo e aplicará o conceito na sua empresa em breve.
Portanto, se você adora uma tendência na área de Recursos Humanos, agora é a hora de entender sobre esse novo assunto.
Além disso, essa prática pode garantir mais competitividade e destacar a sua empresa no mercado. Saiba mais abaixo!
O que é crossboarding?
Logo mais, você ouvirá falar muito sobre o crossboarding nas suas rodas de conversas entre profissionais de RH.
Por isso, para você se manter atualizado sobre essa tendência, nós vamos contar em primeira mão as principais informações sobre o assunto.
Em primeiro lugar, é preciso saber que o crossboarding consiste em treinar os colaboradores para assumirem novas posições dentro da empresa.
Os motivos dessa troca de cargo pode ser uma promoção ou a ocupação de um novo cargo que ainda não existia na instituição.
Esse último caso é muito comum em startups, que possuem modelos de negócios mais flexíveis e se adaptam às mudanças com mais facilidades.
Além disso, em alguns casos, o crossboarding pode ser aplicado nos profissionais que retornaram após uma ausência prolongada, como uma licença maternidade, licença paternidade, licença médica de longa duração ou ano sabático. Falaremos mais sobre essa questão específica mais a frente.
Como funciona o crossboarding, na prática?
Na prática, a empresa que realiza o crossboarding contrata um funcionário interno para ocupar outro cargo dentro da instituição.
Geralmente, esse novo cargo é uma promoção, que acontece quando o colaborador mostra qualificação e competência para assumir novas responsabilidades.
Além disso, essa contratação também pode ser necessária para o empregado preencher uma nova ocupação, que antes não existia na empresa.
Porém, apesar desse trabalhador já conhecer as estruturas, pessoas e processos da instituição, ele precisa de um novo treinamento para assumir as responsabilidades.
Como treinar os colaboradores a ocupar novos cargos?
Não ignore o treinamento desse colaborador ao ocupar um novo cargo na empresa, já que a falta de integração e treinamento pode impactar negativamente a transição de função.
Sendo assim, saiba como treinar os funcionários que ocuparão novos cargos e assumirão outras responsabilidades, mesmo se ele já faz parte do quadro de profissionais da organização. Confira a seguir:
1. Negociação sobre o novo cargo
O primeiro passo para iniciar o crossboarding com o trabalhador é a negociação do novo cargo a ser ocupado.
Se for uma promoção de cargo, então faça uma reunião com o profissional para informá-lo sobre essa oportunidade.
Caso a empresa tenha criado um novo cargo para o colaborador ocupar, então o RH precisa já ter as principais informações da contratação, como descrição do cargo, salário, responsabilidades, atividades a serem realizadas, metas esperadas, entre outras.
Se o funcionário concordar e aceitar o novo desafio, então é hora de iniciar o processo de transição de cargo.
2. Faça uma reintegração com o colaborador
Mesmo empregado há algum tempo na empresa e por ter participado do processo de integração, o colaborador que irá ocupar um novo cargo deverá passar novamente pelo onboarding.
Se existir uma equipe nesse novo cargo, o funcionário poderá ser apresentado aos colegas de trabalho e passará pela integração com os membros. Essa reintegração facilita o processo de adaptação e aumenta o engajamento com o time.
Lembre novamente o colaborador em transição sobre a missão, visão, valores, a descrição do novo cargo e o que é esperado da contratação.
3. Compartilhe os documentos e informações
Todo setor possui suas próprias pastas com documentos e informações importantes que devem ser acessados por todos da equipe.
Por isso, compartilhe com o funcionário todos os arquivos, documentos e acessos para ajudá-lo durante o crossboarding.
Faça uma checklist para descobrir se falta explicar algo novo para o profissional começar 100% integrado na nova função.
4. Reunião de transição
É necessário realizar uma reunião de transição para abordar os principais assuntos sobre a nova ocupação do colaborador na empresa.
O responsável pelo recrutamento e seleção do RH poderá estar presente, além de outros membros da nova equipe, líder (se houver) e o profissional que está passando pelo crossboarding.
Nessa reunião, é preciso discutir a nova função do funcionário, suas atividades a serem desenvolvidas, responsabilidades, entre outros assuntos relacionados ao novo cargo.
5. Checagens do progresso
O RH responsável por realizar o crossboarding do empregado dentro da empresa precisa checar regularmente o progresso de integração.
Assim como é feito com um trabalhador recém-contratado que passa por feedbacks nos primeiros meses dentro da instituição, é preciso fazer as mesmas checagens periódicas com o colaborador em transição para entender o seu progresso.
Aproveite para fazer avaliações de desempenho e dê feedbacks para ajudar no processo de desenvolvimento do funcionário.
Uma pesquisa da FIA Employee Experience (FEEx), revelou que cerca de 88% dos trabalhadores brasileiros desejam um feedback construtivo.
6. Apadrinhe o funcionáro
Um colega de trabalho pode ser o “padrinho” do colaborador que está passando pela transição de cargo.
Esse profissional será o responsável por integrá-lo na equipe para ajudar a se estabelecer durante a transição.
O líder da equipe ou o profissional de RH pode designar o responsável pelo apadrinhamento e supervisão.
Todas as dúvidas podem ser tiradas através desse padrinho, que deverá avaliar o desempenho do funcionário e também poderá ser avaliado.
7. Treinamento e desenvolvimento de habilidades
Mesmo que o trabalhador se sinta entusiasmado com a ideia de enfrentar um novo desafio profissional, é preciso criar um treinamento para desenvolver plenamente as novas funções.
Durante o crossboarding, o treinamento precisa fornecer ao profissional em transição as novas habilidades e conhecimentos necessários para torná-lo mais eficiente no seu novo cargo.
Sendo assim, o RH precisa buscar o melhor treinamento para capacitá-lo e integrá-lo 100% na nova função.
Crossboarding com funcionários que retornaram após ausência prolongada
Como dissemos no início desse texto, o crossboarding também pode ser aplicado em colaboradores que retornaram de ausências prolongadas ao trabalho.
Sendo assim, o RH precisa implementar ações específicas para facilitar a reintegração do profissional na empresa.
Após várias semanas, meses ou até anos, certamente, a instituição passou por algumas mudanças e situações que ocorreram durante a ausência do trabalhador que ficou afastado.
Portanto, antes do retorno oficial do funcionário, o RH pode informar sobre as mudanças que ocorreram para atualizar o empregado e deixá-lo totalmente seguro para retornar às suas atividades.
Vantagens ao realizar o crossboarding na sua empresa
O processo de crossboarding traz diversos benefícios para a sua empresa, podemos citar alguns deles, a seguir:
- A instituição economiza tempo e dinheiro contratando um funcionário interno para ocupar um novo cargo.
- Mesmo realizando novamente o processo de reintegração, o colaborador já está familiarizado com a cultura da empresa, processos e pessoas.
- O tempo de integração do profissional na empresa é relativamente menor em comparação com um contratado externo.
- O crossboarding facilita a reintegração do colaborador durante a promoção de um cargo, admissão para novo cargo ou após um período prolongado da sua ausência.
- O processo de crossboarding pode ser adaptado para ser o mais adequado e relevante possível, conforme a situação do funcionário.
- O desenvolvimento dos processos de crossboarding criados pelo setor de RH ajuda a diminuir a rotatividade na empresa.
E aí, não conhecia o crossboarding e já quer aplicá-lo na sua empresa? Então desenvolva os processos para ajudar a integrar um colaborador a nova função!
Respostas de 2
Boa tarde,
Tem algum embasamento em lei ou na CLT em que podemos aplicar essa pratica de crossboarding, ou aditivo de aceite em que colaborador concorde?
Nathiele, é importante obter o consentimento do trabalhador para a prática específica que será implementada, por meio de um aditivo contratual ou outro documento legal. A CLT brasileira não prevê especificamente o conceito de crossboarding, mas estabelece diversas normas que devem ser seguidas pelos empregadores em relação à contratação, remuneração, jornada de trabalho, férias, entre outros aspectos do contrato de trabalho.