Ao longo do processo seletivo, a etapa de entrevista é uma das mais importantes para que o RH consiga identificar o candidato ideal. Entre as estratégias que podem ser utilizadas nessa hora, uma delas vem ganhando força: a entrevista não estruturada.
Cada vez mais utilizada durante o recrutamento e seleção, esse modelo de entrevista permite uma conversa mais espontânea entre o entrevistado e o recrutador, o que contribui para que os participantes se sintam mais à vontade.
Se você ainda não apostou na entrevista não estruturada, te convido a acompanhar o post de hoje.
A partir de agora, daremos todos os detalhes sobre como ela funciona e quais os benefícios que ela pode trazer para as empresas que estão em busca dos melhores talentos. Vem com a gente!
O que é entrevista não estruturada?
Seja na entrevista remota ou presencial, há algumas formas diferentes de conduzir essa conversa. A mais conhecida delas é a entrevista estruturada, na qual o recrutador segue um roteiro pré-estabelecido.
Durante esse tipo de conversa, são feitas perguntas mais padronizadas, geralmente sobre o histórico profissional do candidato, seus pontos fortes e fracos, motivos para querer ingressar em uma nova empresa, entre outras.
Já a entrevista não estruturada é exatamente o oposto deste modelo. Nela, a flexibilidade é o grande destaque, pois o recrutador não fica preso a um roteiro previamente definido.
Mais precisamente, na entrevista não estruturada a conversa é conduzida de uma forma menos engessada. As perguntas se caracterizam por serem mais abertas e vão sendo feitas de acordo com o desenrolar do bate-papo.
Agora que você já entendeu o que é entrevista estruturada e não estruturada e em quais pontos elas se diferem, vamos em frente!
Quais os benefícios da entrevista não estruturada?
Quando bem executada, a entrevista não estruturada traz diversas vantagens, como:
- Permite que os candidatos se sintam mais à vontade;
- Possibilita que o recrutador conheça o profissional entrevistado para além das perguntas consideradas “padrões” em um processo seletivo;
- Aumenta as chances de contratar uma pessoa que tenha fit cultural com a empresa, tendo em vista que permite avaliar melhor como o candidato se comporta em uma conversa informal e quais valores ele carrega.
E por que isso é importante?
Para começar, uma pesquisa realizada pela The School of Life, em parceria com o Robert Half, revelou que 60,47% dos líderes já demitiram profissionais com um comportamento inadequado (atitudes ou comentários inconvenientes ou incompatíveis com o ambiente e a cultura da empresa).
Em complemento, um levantamento realizado entre maio e julho deste ano com quase 300 líderes de RH, apontou que a postura inadequada e a falta de valores compatíveis com a empresa são responsáveis por eliminar 80,7% e 57,1% dos candidatos nos processos seletivos, respectivamente.
Ao contribuir com a identificação desses dois pontos, as entrevistas não estruturadas garantem contratações mais assertivas, o que está diretamente relacionado com a redução da rotatividade de funcionários.
Vale lembrar que as altas taxas de turnover trazem uma série de custos não previstos para as empresas, tanto as referentes ao processo de desligamento, quanto os gastos envolvidos em novos processos seletivos.
Quando realizar entrevista não estruturada?
Agora que você já entendeu os benefícios que a entrevista não estruturada pode trazer para a sua empresa, deve estar se perguntando qual o melhor momento para colocá-la em prática, não é mesmo?
Bom, não existe uma resposta universal para essa questão. Afinal, a entrevista não estruturada pode ser adotada em diferentes fases da seleção.
Por esse motivo, é importante que cada recrutador tenha autonomia para avaliar e escolher o método que faça mais sentido, inclusive levando em consideração o perfil da empresa.
Para auxiliar nessa missão, listamos alguns caminhos que podem ser seguidos:
1. Antes dos testes de hard skills
Cada processo seletivo tem as suas particularidades, mas, na grande maioria dos casos, as empresas optam por realizar testes para avaliar as competências técnicas dos candidatos (que são as chamadas hard skills).
Quando as entrevistas são realizadas antes dos testes, é importante que o RH tenha em mente que eles precisarão entrevistar um número maior de candidatos – afinal, os profissionais ainda não terão passado pelo “filtro” das habilidades técnicas.
No entanto, em alguns mercados que lidam com a escassez de profissionais especializados, esse filtro inicial não é considerado o mais importante.
Na área de tecnologia, por exemplo, há mais vagas abertas do que profissionais disponíveis para ocupá-las. Por isso, tem sido comum vermos empresas priorizando as habilidades comportamentais (soft skills) e treinando os aspectos técnicos posteriormente.
Ou seja: tudo irá depender do perfil da sua empresa e da vaga em aberto, bem como o que for relevante para ela no momento.
2. Após os testes de hard skills
Outra alternativa é realizar a entrevista não estruturada após os testes de habilidades técnicas.
Neste caso, o RH provavelmente entrevistará um número reduzido de candidatos, pois, como comentamos acima, uma parte deles não terá sido aprovada na etapa anterior.
No entanto, vale levantar um aspecto para reflexão: quando a entrevista acontece após os testes de hard skills, é possível que os candidatos selecionados para essa fase não preencham todos os critérios de soft skills e fit cultural que a empresa está buscando.
É por esse motivo que a máxima continua valendo: tudo dependerá do que a empresa entende como prioritário.
3. Na etapa final do processo seletivo
Por último, a entrevista não estruturada também pode ser realizada na fase final do processo seletivo, que normalmente é acompanhada pelo gestor da área em que o novo funcionário vai atuar.
Como as hard skills e soft skills já foram avaliadas anteriormente, os entrevistadores terão mais tranquilidade para conhecer o candidato em um contexto mais amplo e, assim, entender qual se encaixa melhor na vaga.
O que você precisa saber para não errar na entrevista não estruturada
Seja qual for o momento que você decidir adotar a entrevista não estruturada, há algumas práticas que certamente vão te ajudar a extrair o máximo desta estratégia.
Por exemplo: mesmo que não exista um roteiro fixo, é importante que o recrutador tenha em mente alguns tópicos a serem abordados conforme forem surgindo oportunidades. Isso ajudará a identificar o melhor candidato.
Outra dica valiosa é fugir de questões que podem ser respondidas apenas com “sim” ou “não”.
Lembre-se que o objetivo desta conversa é permitir que o candidato possa falar mais abertamente e se sinta livre para construir a resposta.
Portanto, é preciso ser sagaz na hora de fazer uma pergunta e o principal: torná-la produtiva.
Unindo o melhor dos dois mundos
Para além das entrevistas estruturadas e não estruturadas, explicadas até aqui, existe ainda uma terceira opção, que busca unir os melhores aspectos de cada uma dessas estratégias: a entrevista semiestruturada.
Nela, o recrutador estabelece algumas perguntas principais a serem feitas. Porém, também há flexibilidade para que ele introduza novas questões, conforme surja oportunidade.
Por trazer fluidez ao processo e deixar os candidatos mais confortáveis, porém sem deixar de fora algumas perguntas cruciais, a entrevista semiestruturada tem sido uma grande aposta para muitas empresas.
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