Você lembra de “Os Jetsons“? Era uma série de desenho animado que retratava a vida de uma família à frente do seu tempo (no século passado eles já previam o remote first).
Para quem não conhece (ou quer esconder a idade), a história dos Jetsons se passava em 2062, numa cidade fictícia chamada Orbit City.
A família Jetson utilizava a tecnologia em várias situações do cotidiano. George (o pai) trabalhava em modelo híbrido, que mesclava home office e presencial.
Para a época era muito surreal alguém trabalhar de casa. Mas, nós piscamos e essa prática se tornou realidade. A pandemia impulsionou esse modelo de trabalho e o que parecia distante se tornou necessário.
Uma pesquisa do Future Forum, feita com quase cinco mil profissionais, identificou que a grande maioria não quer mais voltar ao antigo formato de trabalho. Somente 12% dos trabalhadores desejam voltar ao escritório.
O que significa Remote First?
Remote First é um conceito que torna o trabalho remoto como a principal opção para os funcionários. A tradução livre significa “remoto primeiro”.
Ou seja, a prioridade é que o trabalho seja remoto, mas se houver necessidade ou interesse o colaborador pode trabalhar no escritório.
Portanto, empresas que operam no modelo remote first costumam ter um escritório. Esse espaço físico geralmente funciona de forma compartilhada, como os coworkings.
O remote first tem diversas vantagens, tanto para a empresa, quanto para os colaboradores. Os benefícios mais comuns são:
Para a empresa
- economia financeira;
- retenção de talentos;
- recrutamento e seleção mais amplo;
- aumento de produtividade.
Para o colaborador
- melhor qualidade de vida;
- economia financeira e de tempo;
- autonomia;
- aumento da satisfação pessoal.
Será que a sua empresa está preparada para a aderir ao remote first? Vamos apresentar várias informações para lhe ajudar nesta avaliação.
Se o remote first não fizer sentido para a sua empresa, não abandone a ideia de vez. Existem outros tipos de trabalho remoto que podem ter mais afinidade com a cultura organizacional.
Para quais empresas é indicado o Remote First?
O remote first está apoiado em três pilares: cultura, bem-estar e tecnologia. Então, para saber se o modelo é indicado para a sua empresa você deve avaliar esses três aspectos.
Cultura
A sua empresa incentiva a autonomia dos colaboradores? A gestão de pessoas possui inteligência operacional para acompanhar o desenvolvimento pessoal e profissional, engajamento, motivação e a felicidade dos funcionários?
Se você respondeu sim para as duas perguntas, o remote first pode funcionar muito bem na sua organização.
Porém, se você respondeu não para uma das perguntas, tudo indica que a sua empresa ainda precisa de alguns ajustes.
Uma ação importante para implantar remote first é buscar uma ferramenta de gestão de pessoas para que o RH e os líderes acompanhem em tempo real dados como engajamento e desempenho dos profissionais.
Bem-estar
A cultura do remote first valoriza o bem-estar dos colaboradores (independente de onde eles estejam). Sabe aquela história de tratar as outras pessoas como você gostaria de ser tratado?
É exatamente isso, mas como uma pequena adaptação: “trate os colaboradores que estão a distância como você os trataria presencialmente”.
Portanto, se no escritório a empresa preza pelo bem-estar, deve agir da mesma forma no ambiente remoto. Um exemplo é valorizar (e promover) pausas, alongamento, aquele momento do cafezinho e até as conversas paralelas, etc.
Tecnologia
A tecnologia é o elo que conecta os profissionais que trabalham remotamente. Então, é imprescindível escolher ferramentas que facilitem o dia a dia.
Busque alternativas para o armazenamento de arquivos, comunicação, reuniões virtuais e videoconferências.
Lembre-se de escolher ferramentas para engajar os profissionais, reter talentos, disseminar os objetivos da organização e promover o desenvolvimento dos colaboradores.
Um diferencial é optar por plataformas mais completas, com soluções interligadas, como o Google e Feedz, por exemplo.
Se formos avaliar a empresa onde o personagem George (de Os Jetsons) trabalhava, perceberemos que ela não tinha tanto o perfil do remote first.
O senhor Spacely, que era gestor de George, estava sempre mal-humorado. Ele culpava o funcionário por tudo o que dava errado (parecia ser adepto ao microgerenciamento).
O desenho mostrava videochamadas com Spacely sempre furioso. George tinha que sair do home office e ir voando (literalmente) ao escritório para tranquilizar o chefe.
Mesmo assim, muitas vezes ele acabava sendo despedido (o que sempre era revertido ao final do episódio).
Embora a transformação digital fizesse parte da vida dos Jetsons. O trabalho ainda era retratado de forma muito tradicional. Isso fazia com que a experiência não fosse tão positiva, como deveria ser.
Quais os principais tipos de trabalho remoto?
Se o remote first não tem muita afinidade com a cultura da sua empresa, você precisa conhecer outros tipos de trabalho remoto para escolher o que melhor se encaixa na sua realidade.
Remote First
Esse está na ponta da língua, afinal falamos sobre ele até agora. É quando a empresa prioriza o trabalho remoto, mas também permite a atividade presencial em seu espaço físico.
Remote Only
Neste caso a empresa funciona de forma 100% remota. Não existe a possibilidade de trabalhar num escritório da organização.
Remote Friendly
As empresas que escolhem este modelo adotam o trabalho remoto de forma parcial ou com algumas condições.
Pode ser somente para algumas funções ou equipes. Outra possibilidade é optar pelo trabalho remoto somente em determinadas ocasiões ou datas pré-definidas.
Durante muito tempo o trabalho presencial foi o modelo que perdurou. Mas, com o crescimento da tecnologia e mais recentemente com a pandemia, perdeu bastante espaço.
O trabalho presencial é realizado 100% na sede da empresa. Para diversas atividades essa é a única opção. É o caso da produção e montagem de produtos.
Boas práticas do trabalho remoto
A sua empresa “deu match” com trabalho remoto? Para garantir uma boa experiência para todos os envolvidos listamos algumas dicas.
São práticas já testadas e aprovadas. Use-as para que a experiência de trabalhar a distância seja o mais positiva possível para todos.
Independente do tipo de trabalho remoto escolhido, o principal é manter uma comunicação interna clara e eficiente. Afinal, quem não se comunica, se trumbica.
A empresa na sua casa
Tão importante quanto sentir-se em casa, é sentir bem no “escritório em casa”. Por isso, sugira aos colaboradores que escolham um espaço da casa e o transformem numa espécie de ambiente profissional.
A ideia é que as pessoas se sintam bem no espaço físico onde irão trabalhar. Verifique se os funcionários precisam de algo para realizar suas atividades de casa: equipamentos eletrônicos, fones de ouvido, cadeiras, rede de internet, etc.
Oi, pessoal! Turo bom?
Oriente os colaboradores para que mantenham a câmera aberta durante as videochamadas. Afinal, este contato com outras pessoas gera envolvimento.
Neste momento de pandemia, as videochamadas são responsáveis por unir as pessoas. Não é à toa que este formato cresceu exponencialmente.
A plataforma Zoom, uma das mais utilizadas durante a pandemia, passou de 10 milhões de usuários para mais de 200 milhões em apenas quatro meses.
Essa demanda por ferramentas de comunicação corporativa também pode ter impulsionado a venda da plataforma Slack, pela bagatela de 27,7 bilhões de dólares. Uma das principais transações do segmento de software (só pra comprovar que o segmento está em alta).
Reuniões periódicas
A troca de informações e conhecimento favorece a integração entre profissionais e equipes. Portanto, estimule o compartilhamento de informações entre os colaboradores.
Reunião não precisa ser algo extremamente sério e formal. Pode ter reunião descontraída para tratar assunto sério.
É fundamental que as pessoas se sintam à vontade para expressar suas opiniões, conversar, expor seus desafios e dificuldades.Também vale fazer reunião para celebrar, dar feedback positivo, traçar metas ousadas e até sonhar junto. Por que não?
Não fuja da rotina
Mesmo quando o trabalho tem horários flexíveis, o ideal é manter uma rotina. E, diga-se de passagem, rotina não é sinônimo de rigidez.
Algumas atividades que fazem parte da rotina como responder e-mails, ler os comunicados da empresa, responder pesquisas, dar feedbacks, reconhecer o desempenho dos colegas e celebrar conquistas, podem ser incluídas na agenda para não serem esquecidas.
Em qualquer tipo de trabalho remoto essas atividades são imprescindíveis para a integração, engajamento e até para a produtividade.
Participar dos momentos de interação
Lembre-se que 100% dos funcionários são pessoas e as pessoas não vivem só de trabalho. Por isso, é interessante promover happy hours e outros momentos de interação.
Como as pessoas não se encontram presencialmente no escritório, esses momentos são importantes para fortalecer a conexão e a troca de experiências sobre assuntos que não estejam relacionados ao trabalho.
Estimule que os relacionamentos profissionais sejam significativos. Afinal, mesmo a distância são pessoas que passarão conectadas grande parte do dia.
Um artigo publicado na Harvard Business Review afirma que todos nós precisamos de amigos no trabalho e isso aumenta em 50% a satisfação do funcionário. A consequência é profissionais mais engajados.
Na série Os Jetsons, um dos melhores amigos de George era o seu computador. Chamada de R.U.D.I, a máquina tinha uma personalidade humana.
Vamos torcer para que esta “previsão” fique só na ficção e os nossos melhores amigos sejam pessoas reais. Quem sabe nossos colegas, líderes e claro, o pessoal do RH! Que tal?
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