Millennials: saiba tudo sobre a nova geração

Os Millennials estão mudando muito as relações no trabalho. Veja neste artigo tudo o que você precisa saber para lidar com a nova geração!

Os Millennials estão mudando a forma como o mercado de trabalho atua e produz. Nativos digitais, os jovens dessa geração estão conectados e mais exigentes, com outra forma de olhar o mundo e entender o trabalho e seu propósito.

Diversas áreas como psicologia, gestão de pessoas, antropologia e marketing tentam entender a forma de pensar e agir desses jovens, devido ao impacto que eles têm e terão no consumo e no estilo de vida social.

Em alguns anos, eles ocuparão os cargos de liderança política, diretorias de empresas, postos de trabalhos formais e informais, tornando-se a maioria da força economicamente ativa em todo o mundo.

Para as empresas, a entrada dos Millennials no mercado de trabalho significa uma grande mudança na forma como as relações de trabalho se dão, sobre a liberdade de criar e sugerir e, até mesmo, o modo como os gestores agem para liderar essa galera.

O relógio está correndo, e é preciso estar preparado para entender essas relações e tornar essas mudanças parte estrutural nas organizações. Só assim será possível tirar o melhor proveito das habilidades e recursos que os Millennials são capazes de trazer.

Neste artigo, vamos abordar questões como:

O que é Geração Millennial?

Millennial é o termo em inglês que representa uma faixa demográfica da população mundial. Também conhecidos como geração Y, os Millennials possuem características específicas que se diferem das demais gerações e recebem este nome por terem nascido em uma época que compreende a virada do milênio. São pessoas que nasceram entre a década de 80 e os anos 2000, portanto têm hoje entre 20 e 40 anos.

millennials

Pesquisas do mundo todo, das mais variadas, apontam traços que fazem parte dessa geração, mas pesquisadores ainda não encontraram um consenso para abranger toda a diversidade que existe dentro do grupo. Além disso, muitos estudiosos ainda divergem sobre a faixa etária desse grupo, mas concordam sobre suas características e impacto, sobretudo na economia.

 

Características dos Millennials

Os Millennials nasceram e cresceram em uma época de desenvolvimento tecnológico e crescimento econômico. Toda essa atmosfera social criou características comuns entre eles, principalmente habilidades digitais e facilidade em lidar com a tecnologia, além de serem mais encorajados e destemidos nas tomadas de decisão.

As soft skills também são características muito valorizadas por essa geração. Empatia, sensibilidade, transparência e propósito são valores compartilhados pela grande maioria desse grupo, fazendo com que os modelos tradicionais de empresa já não se enquadrem em suas ambições pessoais.

Vamos pegar um caso recente: o coronavírus. Uma pesquisa realizada pela Deloitte com mais de 27,5 mil millennials de 43 países revelou fatos curiosos sobre como os jovens veem a pandemia.

O estudo revela que, apesar do isolamento social e do aumento nos índices de ansiedade, esses jovens ainda conseguem se manter positivos e esperançosos. Eles têm mais força e vontade para serem os protagonistas de mudanças que tragam impactos positivos para suas comunidades e para o mundo.

millennials

Entre as principais características dos Millennials, podemos citar:

  • sonhadores;
  • corajosos;
  • engajados;
  • senso de justiça;
  • preocupação ambiental;
  • cooperativos;
  • exigentes;
  • nativos digitais.

 

Millennials e mercado de trabalho

Os Millennials já são a maioria da população no Brasil e representam mais de 50% da força de trabalho, segundo uma pesquisa realizada pelo Itaú BBA. Essa é uma realidade que precisa ser reconhecida para que, então, seja possível entender o impacto que traz para o mercado de trabalho.

Gravamos um episódio do PeopleCast sobre isso. Confere aí! (12 min ?)

A cada dia que passa as empresas estão buscando meios de atrair os talentos que fazem parte da geração Millennial. As gigantes de tecnologia e, mais recentemente, as startups são os principais exemplos quando falamos em criar ambientes de trabalho atrativos, propensos à criatividade e inovação.

Se pegarmos empresas que, em poucos anos, mudaram radicalmente o modo como consumimos, podemos citar:

  • O Airbnb mudou o modo como viajamos e alugamos hospedagens, oferecendo mais opções que antes eram limitadas aos hotéis, pousadas ou resorts.
  • A Netflix criou uma plataforma para filmes e séries sem que fosse preciso ir até uma locadora de filmes, ao cinema e até mesmo ter uma assinatura de TV à cabo.
  • O Rappi e iFood inventaram uma forma rápida, fácil e intuitiva de descobrir novos restaurantes locais, comparar preços e pedir comida em casa.
  • A Nubank inovou o modo como os bancos tradicionais operam, oferecendo recursos e benefícios que focaram principalmente no público jovem.
  • O Duolingo facilitou o acesso ao aprendizado de idiomas com uma metodologia própria, intuitiva e gratuita, servindo como alternativa às escolas de idiomas.

E sabe o que todas essas empresas têm em comum? São feitas, em grande parte, por jovens da geração Millennial. E mais do que isso: elas conseguiram entender as características comuns a essa geração e tornar suas práticas de trabalho adequadas a ela, fazendo com que a inovação e a criatividade fossem estimuladas e incentivadas.

brainstorming

Se a geração dos nossos pais e avós prezava por fazer carreira em uma empresa, objetivando estabilidade e crescimento financeiro, isso já não corresponde aos anseios dos Millennials.

A nova geração é conhecida por valorizar a qualidade de vida e o propósito mais do que a remuneração e o retorno financeiro em si. Por isso, a cultura organizacional é um fator importantíssimo quando falamos em atrair e reter esses jovens.

Entre os fatores mais valorizados nas empresas estão:

  • propósito;
  • impacto social;
  • responsabilidade ambiental;
  • flexibilidade;
  • liberdade criativa;
  • diversidade e inclusão;
  • reconhecimento;
  • trabalho em equipe.

 

Como fazer uma gestão de pessoas para os Millennials?

É fato que a primeira pessoa a lidar com a entrada dessa nova geração no mercado de trabalho é o profissional de RH. Atuando na linha de frente das contratações e gestão de pessoas, o RH precisa entender as peculiaridades que abrangem os Millennials, a fim de promover uma gestão que vá ao encontro de valores intrínsecos a essa geração.

Para te ajudar, separamos alguns fatores para levar em consideração sobre esse assunto. Dá uma olhada:

 

Ambiente de trabalho e espaço físico

Quando pensamos em ambientes de trabalhos descontraídos, o que vem na cabeça são aquelas salas de jogos com mesas de sinuca, tênis de mesa, puffs espalhados e videogames, certo? Mas saiba que tudo isso não garante retenção dos Millennials.

work running GIF

De nada adianta você ter uma mesa de sinuca se a cultura da empresa preza por valores tradicionais e ultrapassados. Ou se os perfis de liderança da sua empresa são autoritários e não escutam os liderados.

É claro que um espaço físico agradável, que ofereça lazer e momentos de descompressão, ajuda a fortalecer o clima da empresa e atrair os melhores talentos. Mas isso não é um fator determinante na retenção desses jovens.

É comum empresas mais tradicionais mudarem seus espaços físicos para agradar essa galera, mas acabam deixando de revisar e estruturar processos internos que são tão importantes quanto ter um ambiente descolado. Por isso, preste muita atenção nos detalhes e comece pelo que é mais importante: a cultura.

 

Flexibilidade

A possibilidade de ter jornadas flexíveis de trabalho também é um fator que atrai os jovens. Como o trabalho intelectual envolve uma capacidade criativa maior, é difícil exigir que as pessoas tenham os mesmos horários para entrar na empresa, almoçar e terminar o dia.

Com horários flexíveis, você permite que os colaboradores ajustem suas rotinas para trabalhar nos momentos onde estão se sentindo mais produtivos. Lembre-se que a geração Millennial preza muito pela liberdade, e regras rígidas podem gerar frustração e desengajamento.

Outro fator importante é o home office. Especialmente com a pandemia e o isolamento social, essa prática se tornou rotina para muitas pessoas, e as organizações viram que é possível manter a produtividade no trabalho remoto e ainda conseguir reduzir os custos da operação.

Uma pesquisa realizada pela Fortinet aponta que 30% das empresas querem manter o home office como regime de trabalho após a pandemia. O estudo ainda mostra que elas pretendem manter mais da metade de seus funcionários em trabalho remoto e aumentar em 90% os investimentos em estrutura para o teletrabalho.

 

Saúde e bem-estar

Por falar em pandemia, um assunto que se tornou centro das discussões sobre trabalho e isolamento foi a saúde mental. Manter a concentração e a positividade em um momento tão turbulento foi um desafio para todos nós.

Uma pesquisa da Mind Share Partners mostra que metade dos Millennials já saíram de seus empregos por questões relacionadas à saúde mental, como depressão e a síndrome de Burnout.

Essa geração já não está mais disposta a aguentar situações de abuso de poder dentro das empresas, muito menos tolerar atitudes intolerantes, como racismo e homofobia. Por isso, é importante que o RH conte com uma ouvidoria interna.

A saúde física e o autocuidado também são questões com as quais os MIllennials se preocupam. Nesse quesito, uma pesquisa da Goldman Sachs aponta que a atitude dessa geração comparada com as anteriores mudou para melhor. Para eles, saúde não significa só não estar doente, mas sim uma busca constante por bem-estar e equilíbrio.

Nesse sentido, é importante o RH oferecer benefícios que envolvam o cuidado com a saúde, tanto física quanto mental. Estimular a prática de esportes através de gincanas ou jogos internos pode ser uma ótima maneira de criar momentos de descontração e engajamento e ainda estimular um estilo de vida mais saudável.

Para a saúde mental, a prática de mindfulness tem se mostrado uma grande aliada da concentração e produtividade. Além de aliviar o estresse, a atenção plena é capaz de tornar os praticantes mais focados no momento presente, dando a devida atenção às tarefas do dia a dia sem dispersão, elevando o sentimento de bem-estar.

 

Desenvolvimento pessoal e profissional

Diversos estudos mostram como o reconhecimento e a valorização são fatores que impulsionam o engajamento e a motivação dos Millennials. No trabalho, eles desejam desenvolver novas habilidades e estar em constante evolução, além de ter perspectiva de crescimento dentro da empresa.

Ferramentas como o PDI (Plano de Desenvolvimento Individual) fazem com que os colaboradores se sintam motivados a aperfeiçoar suas habilidades, tanto técnicas quanto emocionais.

Além disso, a avaliação de desempenho pode ser utilizada para entender a evolução do colaborador e elencar pontos de melhoria para incluir no PDI. É extremamente importante utilizar as avaliações de desempenho da maneira correta, evitando que seja vista como uma maneira de cobrança ou para colocar pressão sobre os jovens.

 

Feedback constante

Como você já deve ter percebido, essa geração é motivada por trocas, recompensas e desafios. Os feedbacks são fundamentais para criar um sentimento de pertencimento e um ambiente no qual eles se sintam seguros e ouvidos. Uma relação de confiança é construída à base de diálogo e transparência, então esses são elementos que devem fazer parte da cultura da organização.

Criar uma cultura na qual o feedback, mesmo que negativo, seja visto como algo positivo é fundamental. Isso faz com que o desenvolvimento pessoal e profissional andem lado a lado, melhorando a comunicação interna e criando uma atmosfera propícia à inovação.

 

One-on-One

Além da cultura de feedback, as one-on-ones também são elementos importantes. Conversas privadas, francas e abertas entre líderes e liderados podem melhorar a relação entre eles e criar um elo maior de confiança e transparência dentro dos times.

Uma liderança ruim é o principal motivo que faz com que 8 em cada 10 pessoas peçam demissão. Isso se dá, na maioria das vezes, por falta de um diálogo transparente e constante entre a gestão da equipe e o colaborador.

Nas conversas one-on-one os dois lados ganham pois conseguem trocar ideias e pontuar fatores de mudança que podem ser facilmente resolvidos, ao invés de acumular sentimentos que levam à exaustão física e mental de ambas as partes.

E aí, gostou desse artigo? Em nosso Blog você encontra uma variedade de conteúdos sobre gestão de pessoas e como criar times engajados e de alta performance.

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